A controvérsia das 20 horas semanais: "Less is more"?


A surpresa veio primeiro de um dos co-fundadores da Google. Numa entrevista recente defendeu que talvez fosse tempo de se repensar o modelo das 40 horas semanais. Larry Page dizia que a ideia de que todos precisamos de trabalhar freneticamente para satisfazer as nossas necessidades não corresponde à realidade – de acordo com o antropólogos as principais necessidades serão casa, segurança e oportunidades para os filhos -. Page chegou mesmo a sugerir que bastariam talvez apenas 4 horas por dia. 


Apesar desta não ser uma ideia propriamente nova, ela chegou para originar um mar de discussões e artigos nos jornais e social media de todo o mundo em torno dos méritos e oportunidade da medida, tendo havido mesmo quem sugerisse que Page vivia apenas no mundo dos multimilionários.

Com os defensores e críticos ainda a limparem as suas "armas” voltava, de novo, às paginas dos jornais mais uma acha para a fogueira, agora pela voz de uma das pessoas mais ricas do mundo. "As pessoas deveriam trabalhar três dias por semana, oito horas por dia” defendia Carlos Slim, dono da operadora de telecomunicações América Móvil. 

O empresário mexicano Carlos Slim considera que os colaboradores teriam melhor a qualidade de vida, mais tempo livre e seriam mais produtivos. Em contrapartida,  os trabalhadores estenderiam a vida profissional até aos 75 anos. 

A verdade é que a discussão da redução do tempo semanal de trabalho não é nova e sempre que regressa motiva discussões apaixonadas entre quem é contra e quem é a favor. Evolui-se do período pré-industrial onde se trabalhava no mundo ocidental de sol a sol e sem descanso para o trabalho por turnos - intercalado com descanso - até às actuais 40 horas semanais. 

Porém, toda esta discussão corre o risco de ser ultrapassada e engolida pelos acontecimentos e grandes tendências que cruzam actualmente o globo, sem que se consiga ainda perspectivar o impacto das mesmas nesta discussão apaixonada. 

Actualmente, na maioria dos casos, as empresas procuram, cada vez mais, soluções de trabalho mais flexíveis e complementares aos espaços físicos de escritório tradicional – como os escritórios virtuais ou o coworking. Por outro lado, os trabalhadores passam cada vez mais tempo fora do escritório e em deslocações, com o escritório a tornar-se o local onde estão em cada momento. Por fim, multiplicam-se os casos de empresas globais ou não que se preocupam, cada vez mais, com os objectivos individuais a cumprir e os respectivos timings do que propriamente a necessidade de acompanharem e saberem se as oito horas diárias estão ou não a ser cumpridas por cada colaborador. O importante é o cumprimento dos objectivos individuais e, por conseguinte, os colectivos.

Porém, neste jogo estão em confronto forças poderosas. Bastará recordarmos um caso muito recente que envolveu o Linkedin, uma empresa de matriz tecnológica onde a flexibilidade, responsabilização individual, mobilidade e juventude são apontados como transversais à empresa. A rede social foi forçada a um acordo que prevê o pagamento de 6 milhões de dólares a 359 actuais e antigos colaboradores. O motivo? Irregularidades na contabilidade do tempo laboral entre os mais de 2000 funcionários da empresa entre Fevereiro de 2012 e Fevereiro de 2014. Estamos perante um novo paradigma em que a palavra de ordem são cada vez mais os resultados, independentemente do tempo e do local onde o trabalho é realizado.


Carlos Gonçalves 

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