Há uns dias, Bruno Bobone, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, partilhava uma reflexção no Linkedin, onde dizia que missão da empresa é a criação de riqueza. Defendia que neste processo não pode haver «Nós» (os trabalhadores) e «Eles» (os patrões.) Uma empresa é, desde a sua fundação, um local de união de esforços para atingir objectivos comuns. Essa é a razão da sua existência. Onde se lê ‘trabalhadores’, poder-se-ia ler igualmente fornecedores ou parceiros. Nos mercados maduros e evoluídos já se fala e pratica há muito tempo a cultura "Customer Centric” e, depois dela (ainda que, tecnicamente, antes dela), "Employee Centric”; começa hoje a praticar-se a cultura "Partner Centric”. Se nós, enquanto consumidores, gostamos que as marcas de consumo (que, no caso concreto, são nossas forncedores) nos apresentem soluções cada vez mais à nossa medida; e estamos tantas vezes disponíveis para dar o nosso feedback às marcas, na esperança delas conseguirem precisamente apresentar essas soluções; também as empresas devem desenvolver essa cultura construtiva de dar feedback aos seus fornecedores (desta feita, constituídos parceiros), de forma a que eles se motivem a apresentar soluções que sejam do interessa dos nossos clientes. As chaves para conseguir este ciclo dourado? Comunicação, Abertura ao Diálogo, Poder de Observação Participativa, Capacidade de Leitura e Interesse Real em ouvir e conhecer genuinamente as dores e anseios de todos os stakeholders desta equação. É neste contexto que, quando possível, o Coworking é um modelo comprovadamente eficaz. Se não o for no particular, é no geral e ao nível do desenvolvimento cultural focado na cooperação e na comunicação. Num país tradicionalmente votado para os modelos de hierarquia bem definida - de liderança movida pelo poder, do título académico e do fato cinzento - os espaços de coworking e serviços associados (como o escritório virtual) têm nascido e crescido como cogumelos, como que se alimentando desse mofo que emana esse ecossistema empresarial que ainda vai imperando. Em Lisboa, os espaços de coworking são hoje um terreno fértil para albergar o génio criativo e empreendedor de tantos jovens que saem todos os anos das universidades portuguesas e internacionais. Basta uma visita a um deles, para se perceber que tudo o que há num espaço de coworking, é quase tudo o que é necessário para cumprir o ciclo dourado: networking, workshops, abertura ao diálogo, espírito de partilha, consulta espontânea sobre novas ideias de negócio e teste de novos conceitos, observação de tendências de consumo e hábitos de trabalho. Temos tudo o que precisamos, ali mesmo, à mão de semear. Estar hoje num espaço de Coworking em Lisboa e tirar partido dele, é garantir que estamos preparados para aquilo que, inevitavelmente, será o amanhã. Carlos Gonçalves, CEO Avila Spaces |