A Geração Millennial preocupa-se acima de tudo em encontrar um espaço no mercado, através do qual acrescente valor sustentado a esse mesmo mercado. É a geração que sabe aquilo que faz bem e sabe perceber se aquilo que faz bem interessa a pessoas suficientes para ser uma actividade interessante. Esta geração não quer custos fixos elevados, nem crescer ao ponto de ser capa da Exame. Pode ser uma consequência, jamais o seu objectivo de vida. Esta geração quer ser mais autónoma, trabalhar onde se sente melhor e com flexibilidade de horários. Quer sentir o pulsar da sua cidade, e não ser escravo dela e das suas horas de ponta. Esta geração sabe que as empresas estão cada vez mais a optar por freelancers, especialistas em áreas que não são o seu core business, mas na mesma essenciais. E isto leva a que haja cada vez mais profissionais a trabalhar por conta própria e cada vez mais empreendedores aptos para serem empresários de sucesso.
Segundo um estudo promovido pela empresa americana Intuit, 40% do mercado nos EUA em 2020, será formado por esta geração. Pessoas que não têm tempo a perder com horas de ponta, dispensam formalismos bem como obrigações em ter locais fixos para produzir – porque, na verdade, só não trabalha em qualquer lado, quem não quer (ou quem não sabe tirar partido dos novos modelos de trabalho flexíveis, como o Coworking ou o Escritório Virtual). Para esta geração, o acesso a dados e documentos, será o menor dos problemas: o que ontem estava no computador que nos obrigava a passar pela empresa, para fazer uma impressão, hoje cabe na ‘cloud’. Na realidade, hoje podemos andar com 2 TB de ficheiros no nosso bolso e mais 80.000 músicas, sem que estes pesem mais que os mesmos 700g. Para esta geração, Escritório também já é coisa do passado. Muitos deles, na realidade, são "Nomad Workers”: necessitam somente de ter um apoio de backoffice para atendimento de chamadas telefónicas e recepção de correspondência, bem como um espaço de trabalho que é utilizado numa base flexível, onde se paga apenas o que se utiliza. Se, associado a tudo isto, pensarmos que esta geração tem tudo para ter uma vida mais agradável e mais controlo sobre o seu tempo profissional e pessoal, é fácil acreditar que o mercado irá evoluir rapidamente para garantir que a estimativa dos 40%, profetizada por este estudo, se revelou bastante modesta. Carlos Gonçalves Co-autor do livro Out of the Office |