A decisão de Marissa Mayer, CEO da Yahoo, em terminar o programa de teletrabalho no início deste ano, continua a gerar muitas discussões, com opiniões diversas sobre as vantagens e desvantagens que este formato representa para as organizações da economia moderna. Uma coisa é certa: a flexibilidade no trabalho está na ordem do dia. As pequenas empresas já estão a seguir o exemplo das multinacionais, que há muito perceberam que as novas gerações são cada vez mais adeptas do modelo "work every time, anywhere", sendo que isso representa inegáveis ganhos de eficiência para as empresas, nomeadamente ao nível dos custos com imobiliário, para além do aumento da satisfação dos colaboradores, com consequências em termos de produtividade. Um artigo publicado no passado mês de Julho pela Harvard Business Review intitulado " Working from Home: A Work in Progress" revela dados muito interessantes sobre a temática da flexibilidade no trabalho e os novos modelos que as empresas estão a adoptar neste domínio. Um dos estudos realizados envolveu o departamento de Recursos Humanos de um banco de Nova Iorque que implementou um programa de trabalho flexível, permitindo a diversos profissionais trabalhar ocasionalmente a partir de casa. A maioria dos inquiridos referiu que trabalhava mais concentrada fora da empresas, admitindo que no escritório as distracções e as interrupções prejudicavam a sua produtividade. Algumas questões deste estudo centravam-se no plano emocional, concluindo-se que grande parte dos inquiridos conseguia ser mais criativo fora do ambiente tradicional do escritório e os níveis de frustração relacionados com os resultados do seu trabalho baixavam quando desenvolviam a sua actividade na sua casa. Um segundo estudo envolvendo 700 profissionais americanos com MBA veio mostrar que aqueles que trabalhavam em empresas com programas de flexibilidade no trabalho têm mais perspectivas de evolução de carreira do que aqueles que trabalhavam em empresas sem aquele tipo de programas. Quando todos estes estudos apontam na mesma direcção, há quem coloque a seguinte questão: mas o trabalho à distância não provocará o isolamento dos profissionais e a quebra do espírito de equipa nas empresas? Aqui também o mercado e a sociedade encarregaram-se de responder a estas necessidades e não será por acaso que se tem assistido nos últimos anos a um crescimento exponencial de espaços de Coworking - de acordo com um Censos de 2013, Portugal é um dos 10 países do mundo com mais espaços de Coworking. Estamos a falar de espaços que, integrando, muitas vezes, o apoio de secretariado por via do "escritório virtual", proporcionam aos profissionais locais de trabalho confortáveis, que estimulam a criatividade e as sinergias com outras empresas. Estes novos modelos de trabalho vieram, sem dúvida, mudar o paradigma de funcionamento das empresas do Sec.XXI, que valorizam essencialmente os resultados, independentemente do local onde forem produzidos. O modelo "work every time, anywhere" veio para ficar. Carlos Gonçalves Director Avila Business Centers www.avilabusinesscenter.com |