A revolução em curso nos novos modelos de trabalho foi a ideia-chave da Conferência Anual da Global Workspace Association (GWA) realizada no passado mês de Setembro, em Boca Raton (EUA). Alguns dos melhores especialistas mundiais deste mercado estiveram presentes no Evento e foram unânimes em afirmar que os espaços de trabalho vivem um novo paradigma. Numa época em que podemos trabalhar em qualquer parte, o que define efectivamente um espaço de trabalho e o que faz com que o mesmo seja bem sucedido? Este foi o repto lançado pela presidente Annette Reizburg e que gerou discussões bastante interessantes.
Matthew Von Ertfelda, Vice Presidente da rede de hotéis Marriott, uma das marcas que tem inovado mais no domínio dos espaços de trabalho, destacou na sua apresentação que "seating is the new smoking": os espaços, à imagem das pessoas, estão a tornar-se cada vez mais dinâmicos e é fundamental saber quem é o novo consumidor, quais as suas necessidades e hábitos. "Devemos garantir que está tudo a funcionar por forma a cativá-lo e proporcionar-lhe espaços de trabalho ergonómicos e confortáveis com diversas opções”, destacou este responsável da Marriot que é também um dos parceiros de referência da Liquidspace, a plataforma líder mundial de booking online de espaços de trabalho. Escritórios, escritórios virtuais, coworking e salas de reuniões fazem parte deste novo paradigma de espaços de trabalho, onde a flexibilidade é cada vez mais um factor crítico de sucesso, como defendeu Amanda Ramos, Leader of Strategy and Innovation da consultora Gensler. Vários tipos de clientes podem efectivamente partilhar o mesmo espaço, daí o sucesso de espaços de coworking corporativos como o Workbar (Boston), Grind (NY e Chicago) ou United Spaces (Estocolmo). Os participantes na conferência tiveram oportunidade de visitar in-loco o recém-inaugurado Cendyn Spaces, que é um exemplo claro desta nova tendência de Hybrid Business Center. Charles Deyo, o mentor do projecto, partilhou de forma entusiástica a sua experiência deste novo conceito de "Work City” localizado em Boca Raton, onde co-existem espaços públicos, semi-públicos e privados, havendo um ponto de encontro onde se realizam palestras para a comunidade, eventos de networking ou sessões diárias de meditação. Philip Ross, CEO da consultora Unwork, deu vários exemplos de como as novas tecnologias vieram potenciar e transformar estes novos espaços de trabalho. Estamos perante uma realidade que nunca existiu: temos quatro gerações diferentes a trabalhar e muitas vezes a partilhar o mesmo espaço: Tradicionalistas, Baby Boomers, Geração-X e Millenials; cada uma delas vê o espaço de trabalho de forma diferente e tem diferentes expectativas sobre o mesmo. Mark Gilbreath, CEO da Liquidspace falou-nos do Golden Standard das tecnologias: a simplicidade, um dedo, um minuto e tudo muito visual. Um exemplo prático deste modelo é o livro "Out of the Office”, apresentado por Carlos Gonçalves, CEO do Avila Business Centers, que combina a tecnologia da realidade aumentada com experiências e casos de estudo sobre os novos modelos de trabalho. O futuro dos espaços de trabalho já chegou. Não precisamos apenas de um espaço para trabalhar mas sim de um local onde nos sintamos bem a fazê-lo. Os dados estão lançados para os próximos capítulos desta revolução, que serão também os temas de debate da próxima Conferência Anual da GWA, a realizar em Denver. Raquel Santana Business Centers Manager Avila Business Center |