O coworking assume-se cada vez mais como uma tendência da economia moderna e uma excelente alternativa ao escritório convencional. De acordo com a Deskmag, Portugal encontra-se nos dez primeiros lugares do ranking mundial em número de espaços de coworking, o que revela o sucesso deste modelo de trabalho junto de profissionais e empresas portuguesas. Contudo, subsistem alguns mitos associados ao coworking, dos quais destacamos quatro: 1) Estes espaços destinam-se apenas a start-ups, freelancers e não estão localizados no centro da cidade Há um grande número de utilizadores de espaços de coworking que são start-ups e freelancers, mas actualmente qualquer empresa, independentemente da sua dimensão, utiliza este tipo de espaço, desde que o mesmo se adeqúe à sua actividade. Por outro lado, em paralelo com os locais periféricos, há hoje espaços de coworking no centro das grandes cidades, alguns deles em centros de escritórios ou centros de negócios, com boas acessibilidades e parques de estacionamento privativos. 2) O coworking é utilizado apenas por designers, criativos e empresas de tecnologias de informação Apesar do coworking ter nascido no seio das indústrias criativas e das comunidades de freelancers, há cada vez mais espaços de coworking que oferecem não só o espaço de trabalho, mas também o serviço de escritório virtual e o apoio de secretariado. Não são melhores nem piores do que os espaços "tradicionais” de coworking. São diferentes e orientados para um segmento mais corporativo, que valoriza uma imagem mais formal sem deixar de ser descontraída, o apoio na recepção de visitantes e clientes, tecnologia de última geração e conforto nas áreas lounge e salas de reuniões. Um pouco por todo lado, multiplicam-se os exemplos de grandes empresas como a Accenture, Zurich, Plantronics, Citrix, Steelcase, CapitalOne, entre outras, que recorrem a espaços de coworking, conseguindo racionalizar equipas de trabalho e poupar milhões de euros em custos com imobiliário. 3) Não há privacidade nos espaços de coworking, que são muito barulhentos Apesar dos espaços de coworking serem partilhados há um respeito grande pela privacidade de cada coworker. Além dos mesmos estarem preparados acusticamente, há diversos espaços com pequenas salas para chamadas telefónicas e videoconferência que oferecem condições de maior privacidade sempre que necessário. Além do mais, umas das regras de ouro dos espaços de coworking é o respeito pelos outros utilizadores. 4) Os membros de um espaço de coworking têm obrigatoriamente de colaborar Este é outro dos grandes mitos mais frequentes. Quem quiser colabora, quem não quiser não colabora. Mesmo nos eventos de networking e workshops, comuns neste tipo de espaços e que são considerados uma mais-valia para os membros, quem considerar ter perfil para tal ou não estiver interessado em partilhar experiências ou conhecimentos, não é discriminado pelos seus pares. Acima de tudo, os novos espaços de coworking valorizam o conforto dos utilizadores e a possibilidade de estes poderem trabalhar onde quer que estejam: em casa, no café ou no coworking. E, aqui, o serviço de escritório virtual veio facilitar ainda mais esta mobilidade, dado que os coworkers estão sempre em contacto com o secretariado através de múltiplas plataformas colaborativas. Aos poucos, estes mitos estão a ser desfeitos, com os profissionais e as empresas de todas as dimensões a tomarem decisões cada vez mais racionais e eficientes na gestão dos seus negócios. Os números do Censos 2013 da Deskmag demonstram esta realidade não apenas em Portugal mas a nível mundial, onde no espaço de um ano duplicou o número de espaços de coworking. No início do ano, mais de 110 mil pessoas trabalhavam num dos quase 2.500 espaços de coworking espalhados por 81 países. O coworking veio mesmo para ficar e afirma-se hoje como uma alternativa incontornável. Carlos Gonçalves Avila Coworking |